segunda-feira, 18 de maio de 2009

Um Anjo sem Demônios?



Dirigido por Ron Howard e roteirizado por David Koepp e Akiva Goldsman, Anjos & Demônios parece ficar na beira do lago, querendo ir mais além para afogar-se.


Akiva Goldsman é um grande roteirista, fato comprovado com filmes como “Uma mente brilhante”, “Eu, Robô”, “Eu sou a lenda” e também “O Código da Vinci”, sendo que esse último não foi lá grande coisa. O problema é que com esse Anjos & Demônios, Akiva tropeçou, se sozinho ou com a ajuda de David Koepp já não sei. Não, não é por o filme não ser tão fiel ao livro, mas o que ele passa é pouco, é não tragável; insólito. A atuação da atriz de Dra. Vetra é fraquíssima, quase não notável no filme todo. Hanks como Langdon fica na mesmice, querendo ser um herói, mas recusado por ele próprio. São duas horas sentado, esperando que algo realmente extraordinário aconteça. Fica-se esperando muito mais, fica-se até o final para ver o filme começar de verdade, mas quando começa, termina. O filme não causa impacto algum, e o pior é que chegará as locadoras impercebível.


Anjos & Demônios é bom e nos diverte, mas é um filme que você entra esperando algo, e sai sem aquele algo.



Um comentário:

Carine Immig disse...

Por mais que seja uma adaptação, ou seja, não tem nenhuma regra que determina que o filme precisa ser fiel ao livro, Anjos e Demônios acaba parecendo um roteiro independente do livro, uma mera cópia mal feita. Um plágio com defeito de fábrica. Alteração de nomes, falta de cenários, personagens complexos que mal aparecem ou sequer aparecem, sem contar com a alteração de conteúdo (que acaba se tornando o menor dos males normalmente).
Com a construção dos locais que a Igreja Católica não permitiu filmar, ou mesmo no CERN com o Acelerador de Partículas, a equipe de computação gráfica se saiu muito bem.
A trilha sonora dá a emoção que falta em cena. Apesar de os efeitos de áudio às vezes tirarem a emoção, como na cena em que a guriazinha grita quando vê o Cardeal morrendo na Praça São Pedro. No trailer, o grito causa um certo desespero, no filme é apenas mais uma cena de apreensão, e tudo por um efeito de áudio: no trailer há apenas o grito da menina, no filme mistura-se com o blá blá blá da multidão. Nada impediria que a equipe de efeitos enfatizasse o grito como no trailer.
Os planos do filme podiam ter sido um pouco mais ousados. Para um filme com tanta repercussão e alto orçamento, faltou imaginação de Ron Howard.
Os cenários são bons, a arquitetura dos lugares soa boa como no livro, mas falta emoção nas cenas. Falta um quê de heroísmo em Langdon. Faltam as lutas. Falta um Hassassin com menos cara de nerd e mais cara de malvadão. Falta uma Dra. Vetra ativa, com o figurino fora de contexto do livro. Aliás, falta o livro. O bom livro de Dan Brown.
Ao diminuir o conteúdo anti-igreja católica, a produção do filme acaba cedendo à Roma contrariando muito do que o autor enfatiza, tanto em O Código, quanto no Anjos e Demônios, toda a tramóia por traz do catolicismo. Todo um passado negro, sangrento. De uma verdadeira “caça às bruxas”.
Quem quiser conhecer um pouco as obras de Benini e locais do Vaticano, o filme é uma boa pedida.
Quem quiser conhecer Anjos e Demônios, aquele livro de Dan Brown, não assista esperando muito. Apenas assista.