sexta-feira, 17 de abril de 2009

Clint Eastwood e seu grande Gran Torino


Este americano nascido em 1930, começou sua carreira nos anos 50 como ator, e despontou como diretor nos anos 70. Grandes filmes como Os Imperdoáveis (1992), Sobre Meninos e Lobos (2003), Menina de Ouro (2004), A Conquista da Honra (2006) e Cartas de Iwo Jima (2006), quatro deles vencedores de Oscar, coroaram sua carreira. Clint havia confessado que depois de A Menina de Ouro, de 2004, vencedor de 4 Oscar, incluindo-o como melhor diretor, não voltaria a atuar. No entanto, volta atuando em seu novo filme, Gran Torino, onde assina produção e trilha.

Em Gran Torino, Clint não atua, resmunga. Não que isso seja sinônimo de má atuação, muito pelo contrário, Clint se saiu muito bem resmungando o filme inteiro. No filme, o diretor quer mostrar como os Estados Unidos mudaram desde os anos 70 e, principalmente, como para alguns americanos essas transformações são sinônimo de decadência.
Clint é “Walt Kowalski”, um ex-combatente da Guerra da Coréia e montador de carros aposentado que passa seus dias na porta de casa vendo o movimento da rua, tomando cerveja e xingando seus vizinhos “china”. Quando Thao, um jovem Hmong (grupo étnico da região do sudeste Asiático), tenta roubar seu tão querido e amado carro, um Gran Torino, de 1972, Kowalski fica furioso, chegando a apontar um enorme rifle para o garoto e por pouco não o mata. Em seguida, a família Hmong faz questão que o jovem trabalhe para Walt como forma de punição. O bairro em que vivem Walt e os Hmong vive sob a constante ameaça de gângsteres, que não só querem atrair Thao para seu grupo como também foram responsáveis por induzi-lo a roubar o Gran Torino. Gran Torino segue nesse meio: ao mesmo tempo que mostra um velhaco sem medo, também é um retrato do racismo, já que em nenhum momento ele esconde seu desprezo pelos vizinhos.

O filme não concorreu ao Oscar, mesmo Clint o lançando na época de premiações. Queria Clint Eastwood encerrar sua carreira como melhor diretor e ator? Infelizmente não foi desta vez. Seria pelo fato de Clint fazer o papel de um chato e mal humorado que quer mostrar que homem só é homem se falar palavrões, dirigir um carro, sair com muitas mulheres e ter armas em casa? Bom, o final do filme mostra que ele não era nenhum idiota; ou era? O filme tem um ótimo desempenho e merece ser assistido na primeira poltrona do cinema. Eu recomendo.